Desafios e gargalos na gestão de resíduos da construção civil são discutidos em curso promovido pela ARMBH

rccv cursoAtualmente o gasto com remediação de bota-fora irregular é o principal custo das prefeituras na gestão dos resíduos de construção civil. Esse foi um dos temas discutidos hoje, durante o curso de “Gestão e Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV)” promovido pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana  de Belo Horizonte (ARMBH), na Cidade Administrativa.

O instrutor do curso, Arnaldo Dias Andrade, destacou a importância da participação de todos os agentes envolvidos na cadeia. “É necessário engajar todos os atores envolvidos para avançarmos na gestão desses resíduos. No caso dos bota-fora, que um problema comum em todos os municípios, é preciso que toda a sociedade sem envolva e ajude na fiscalização, não adianta só a prefeitura ir lá e limpar a área, é preciso sensibilizar os geradores desse resíduos, os responsáveis pelo transporte – para que não lancem os resíduos em lugares inadequados-, e a população de maneira geral, ao ver uma situação irregular, denuncie” explicou.

 Para o participante Rogério Siqueira, engenheiro civil da secretaria de obras de Belo Horizonte, o desafio é a gestão. “Atualmente a gestão nos municípios é muita fraca, quando houver mais gestão, consequentemente, vamos ter mais resultados. Quando se tem mais controle de onde são gerados esses resíduos e para onde eles vão e mais  fiscalização, automaticamente você inibe que os RCCV sejam destinados em córregos e lugares inadequados. Ou seja, não é responsabilidade da prefeitura dar a destinação final dos RCCV, da forma como acontece hoje, mas sim investir na gestão, e principalmente, em tecnologia”. Concluiu o engenheiro.

Já para o engenheiro Luiz Henrique Siqueira, que é estudante no mestrado do departamento de engenharia sanitária e ambiental da UFMG, e está concluindo uma dissertação sobre o tema, a informalidade e a logística são os principais gargalos da gestão dos RCCV. “Quem é o responsável por levar o resíduo para a destinação final? No meu estudo, que se restringe a gestão dos RCCV em Belo Horizonte, identifiquei que são, principalmente, os caçambeiros. A questão da logística se torna  um ponto de alerta, pois na capital ocorrem situações em que uma regional que possui mais infraestrutura que as outras, algumas tem pontos de entrega de RCCV, também conhecido como ecoponto, ponto limpo ou URPV e outras não. O caçambeiro que está mais longe desse ponto de destinação acaba deixando o resíduo em bota-fora, pois, muitas vezes, ele também não é regulamentado e não existe um controle efetivo”.

Entre os assuntos abordados durante o curso destacam-se a situação atual dos RCCV na RMBH e CM, base legal e normativa e os desafios de gestão dos RCCV. O objetivo do curso é capacitar técnicos dos municípios da RMBH e Colar Metropolitano (CM) e demais interessados para atuarem como facilitadores na gestão e gerenciamento dos RCCV. Ainda há vagas para as duas turmas que irão ocorrer na semana que vem, nos dias 22 e 23, e 24 e 25, respectivamente.

Ao final, os participantes foram convidados a conhecer e comentar o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Especiais com foco em Resíduos da Construção Civil e Volumosos (RCCV) que está disponível para consulta pública até o dia 26 de fevereiro. No mesmo site, também está disponível para consulta pública o Plano de Gestão Integrada de Resíduos Especiais com foco em Resíduos de Serviços de saúde (RSS).

Saiba mais

Confira as matérias publicadas no site da Agência de Desenvolvimento Metropolitano de Belo Horizonte (ARMBH)

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