O debate sobre a mobilidade urbana no Brasil vem se acirrando cada vez mais, haja vista que grandes cidades do país tem encontrado dificuldades em desenvolver meios para diminuir a quantidade de congestionamentos ao longo do dia, a integração dos transportes coletivos e o excesso de pedestres em áreas centrais dos espaços urbanos.
Nessa sexta-feira (17/7), o festival online “Conexão 20/21” discutiu a temática de mobilidade urbana e soluções integradas para o futuro pós-pandemia. A diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Mila Batista Leite Corrêa da Costa, foi uma das participantes do tópico “Integração dos Grandes Centros Urbanos”, ao lado do presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (SINTRAM), Rubens Lessa, o CEO da empresa Trackage, Victor Hugo, e o vereador da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo.
A discussão, mediada por Gustavo Cesar Oliveira, abordou pautas como o comportamento do cidadão metropolitano, uso de transportes alternativos, soluções compartilhadas e a mobilidade na Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH).
Em sua fala, Mila evidenciou o papel da Agência RMBH em realçar a relevância de se pensar um planejamento metropolitano integrado e os projetos estratégicos desenvolvidos, como o Escritório de Mobilidade em parceria com a Secretaria de Estado de Infraestrutura e Mobilidade (Seinfra). Destacou que, atualmente, a RMBH é a terceira maior no cenário nacional e concentra cerca de 36% do quantitativo de veículos existentes no Estado, totalizando mais de 2,3 milhões.
A diretora-geral também pontuou sobre a não integração logística tarifária do transporte em todas as suas modalidades na RMBH. Ressaltou que este é um gargalo que os especialistas defendem como uma grande fragilidade local. “O momento atual tem realçado a relevância de se pensar regiões metropolitanas de modo que elas não sejam uma ficção. Como pensar o enfrentamento de uma pandemia num município como Belo Horizonte, que é completamente integrado aos municípios de Contagem, Betim, Nova Lima? É urgente pensarmos em uma forma de promover a integração. Debater com todos esses atores que hoje cuidam do transporte na RMBH para pensarmos em uma integração que seja eficiente. A pandemia se tornou um cenário propício para fomentar essa discussão”.
O CEO da empresa Trackage, Victor Hugo, comentou sobre a importância das ferramentas de tecnologia e automação em todos os meios de transporte, sejam eles particulares ou coletivos. Destacou os recentes avanços tecnológicos aplicados ao transporte coletivo, que conferem maior segurança, sustentabilidade e eficiência ao serviço e melhor experiência aos passageiros.
O presidente do SINTRAM, Rubens Lessa, comentou sobre as alterações que o transporte público sofreu neste período pandêmico e a queda na utilização do serviço por seus usuários. Reforçou que o setor do transporte público precisa pensar em novas formas de atuação, bem como pelo seu financiamento, a integração nos grandes centros urbanos e ser tratado de fato como um serviço essencial e vetor fundamental para o desenvolvimento econômico brasileiro.
O vereador da CMBH, Gabriel Azevedo, traçou um panorama sobre o uso dos transportes alternativos em Belo Horizonte, a necessidade de mais estrutura cicloviária e ampliou o debate para a melhoria da qualidade e da eficiência dos deslocamentos e integração do transporte público.
Os debates que ocorreram no festival “Conexão 20/21” estão disponíveis na íntegra pelo Youtube. Acompanhe esse e outros diálogos pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=iqwKk7OKSoQ.