Governo de Minas Gerais dá mais um passo na elaboração do Plano de Mobilidade da RMBH

Na terça-feira (12/12), foi realizado em Belo Horizonte o “Seminário Técnico Plano de Mobilidade Metropolitano” que mobilizou técnicos das prefeituras da região para traçarem um diagnóstico da mobilidade na RMBH. O evento foi coordenado pela Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas e Agência de Desenvolvimento da RMBH, e conduzido pelo Consórcio MobMetro – vencedor da licitação para elaboração do plano. Cerca de sessenta participantes tiveram a oportunidade de conhecer as diretrizes para elaboração do plano e contribuir para o diagnóstico que vai embasar a sua elaboração.

No início do seminário, a diretora-geral da Agência RMBH, Flávia Mourão, falou sobre a relação de interdependência dos municípios metropolitanos e a importância de se buscar medidas integradas para garantir a mobilidade nos dias de hoje. Ela destacou as propostas do Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado (PDDI-RMBH), cujo projeto de lei deve ser encaminhado à Assembleia Legislativa de MG no início do próximo ano.

A coordenadora do Plano de Mobilidade, da Setop, Joana Campos Brasil Baxter, que fez uma explanação de como será a elaboração do plano, ressaltou a importância de se trabalhar junto com os municípios da região e com a sociedade, durante todo o processo da sua construção. “O diálogo e a aproximação entre os envolvidos serão fundamentais para trazer ganhos para todos os municípios”, afirmou.

Representando a organização internacional WRI Brasil, que tem escritórios em cinquenta países e atua para transformar grandes ideias em ações, assessorando de forma gratuita governos federal, estaduais e municipais, Luiza de Oliveira Schmidt fez uma apresentação sobre a importância de uma “Rede Metropolitana de Mobilidade”. Ela destacou o contexto urbano brasileiro de Cidades 3D – distante, dispersa e desconectada – que resulta no aumento do tempo médio de deslocamento casa-trabalho, gerando congestionamentos e aumento da poluição. Argumentos nesta linha também foram apresentados pelo assessor técnico da ARMBH, Sandro Veríssimo, que que abordou a  forma como o PDDI  e o macrozoneamento tratam a mobilidade.

A palestra “Desafios da Gestão Metropolitana” ficou a cargo do professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rômulo Dante Orrico Filho, que destacou a necessidade de se pensar no transporte para se alcançar objetivos maiores, como por exemplo, o reordenamento territorial. Segundo ele, é necessário também compreender as tendências e sistematiza-las, pois “tudo que se produz numa cidade tem uma parcela de custo de transporte e, se isso cresce, torna a cidade menos produtiva e menos adequada á população”. O professor ressaltou ainda que, para fortalecer uma centralidade, é preciso fortalecer o transporte público.

Diagnóstico participativo

Agrupados por vetores de desenvolvimento, os participantes discutiram os principais problemas de mobilidade de seus municípios e as dificuldades no deslocamento dos moradores da região metropolitana.

A conclusão do Grupo 1 foi apresentada pelo secretário de Planejamento de Jaboticatubas, Marcelo Navarro Miranda, com destaques para as ausências de pavimentação para a MG 2.0 e de terminal metropolitano na sede do município, além da precarização do transporte coletivo interno, já que o município não aderiu ao Sistema Nacional de Trânsito.

O chefe de Departamento Municipal de Transporte e Trânsito de Vespasiano, Ronaldo Silvestre da Silva, apresentou a conclusão do Grupo 2, ressaltando que o embarque e o desembarque do Move na estação no bairro Morro Alto é um dos agravantes do gargalo da mobilidade no município, principalmente no que diz respeito às linhas alimentadoras do Move, com um prazo que pode chegar a mais de 20 minutos de espera para os passageiros.

As conclusões do Grupo 3 foram apresentadas pelo gerente de Trânsito da Prefeitura de Sabará, Wellington Gonçalves Júlio, que elencou dez prioridades, entre elas, a pavimentação da rodovia que liga Sabará a Nova Lima, a duplicação da Ponte General Carneiro em Sabará e rotas alternativas para BR-381.

Vaneide Souza, da Setop, apresentou as conclusões do Grupo 4, que incluíram a falta de sincronia entre o Móvel Metropolitano e os ônibus municipais e, também, as dificuldades nas zonas limítrofes entre os municípios da região.

Já o diagnóstico do Grupo 5, apresentado pelo gerente de Trânsito de Igarapé, Alex Damasceno, destacaram como a duplicação da MG-050 que dividiu Mateus Leme está sendo um problema para o município, uma vez que só existem duas trincheiras para ligar um ponto a outro.

As ponderações dos técnicos das prefeituras, bem como os documentos, projetos e estudos existentes em cada município irão subsidiar a elaboração do Plano Metropolitano. A próxima atividade de participação está prevista para janeiro de 2018 e vai reunir membros das Comissões de Transportes e representantes de movimentos sociais.