Gestão Ambiental da Grande BH é tema do 1º Encontro Metropolitano de Belo Horizonte

Foto: Francielle Cota / ARMBH

Em 12/8, foi realizado na sede da Biofábrica de Joaninhas – Casa Amarela, o 1º Encontro Metropolitano de Belo Horizonte. Desenvolvido pela Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) em parceria com a prefeitura da capital mineira, o encontro objetivou a construção de políticas ambientais unificadas para os municípios que compõem o vetor central da Grande BH, bem como o debate de elementos como pautas climáticas, resultantes ambientais do processo de emancipação urbana, projetos de sustentabilidade e multiplicação de práticas em favorecimento e proteção aos ecossistemas.

Além da equipe técnica da Agência RMBH estiveram presentes a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), Marília de Melo, autoridades da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, competências da pasta nos municípios de Contagem, Ibirité, Santa Luzia, Vespasiano, Ribeirão das Neves e Betim.

Como primeira etapa da estratégia, a agenda convocou os municípios que compõem o eixo central da região e fazem fronteira com BH. Quem conta é a diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da Região Metropolitana de Belo Horizonte, Mila Corrêa da Costa. “Ao passo que diagnosticávamos a demanda, vimos a necessidade de fazer um recorte desses 34 municípios, tendo BH como uma centralidade e reunindo seu entorno para planejar as interlocuções seguintes e multiplicações. O nosso encontro foi uma iniciativa do secretário Mário Werneck para que nós, como terceira maior região metropolitana do Brasil, convergíssemos numa única esfera as dores, os desafios e especificidades dos municípios da RMBH para buscarmos soluções de forma comum. Quando pensamos que alguns problemas ambientais ultrapassam os limites territoriais dos municípios, percebemos que as fronteiras são fictícias e precisam de uma decisão unificada”, afirma.

O Secretário Municipal de Meio Ambiente, Mário Werneck, saudou cada município reforçando as missões ambientais que trouxeram à tona o debate. “Viemos aqui promover uma fala aberta e democrática pois, como gestores do meio ambiente, não podemos planejar ações que venham de encontro apenas ao bem-estar do nosso perímetro. Queremos qualidade de vida para toda a região metropolitana e, para isso, precisamos colocar à disposição de outros municípios os trabalhos científicos que desenvolvemos aqui, ouvir as demandas de todos os grupos e entender que, assim como o manejo de capivaras em Belo Horizonte culminou no fim da febre maculosa em Contagem, estamos diante de inúmeras influencias diretas no que tange à gestão ambiental de outras cidades”, destacou. A fala foi corroborada pelo secretário adjunto, Guilherme Pimenta, que sugeriu uma comunhão de ideias como norte para as ações ambientais: “Esta agenda nos inspira a pensar no bem coletivo, que é o meio ambiente, então nada mais lógico do que também dar respostas coletivas. É o que justifica esse momento de dividir experiencias, dificuldades e formas de entender como impulsionar a pauta ambiental dentro de região metropolitana de um ponto de vista mais técnico”, apontou.

Foto: Francielle Cota / ARMBH

Na ocasião, a secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais (Semad), Marília Melo, apresentou os principais eixos de atuação da pasta em nível estadual, como questões de proteção ambiental e recursos hídricos, a fauna doméstica, autos de fiscalização, entre outros. A secretária salientou ainda sobre a importância do diálogo e escuta para tratar das demandas e ações conjuntas entre os municípios do vetor central. “Estamos aqui diante de temas diversos, conectados e sem fronteiras. Ainda que alguns entendimentos institucionais criem limites ou divergências, precisamos trabalhar juntos e nos ouvirmos em prol de soluções estruturantes. O nosso olhar de gestão ambiental deve ir muito além dos licenciamentos, mostrando como o trabalho está repercutindo na melhoria de indicadores de qualidade ambiental e no desenvolvimento de um planejamento urbano diferente. As maiores infrações ambientais estão aqui na região, bem como a maior demanda de licenciamento. É necessário gerir essas realidades de forma que entreguemos a qualidade ambiental que o cidadão merece”, afirmou.

A Região Metropolitana de Belo Horizonte é composta por 34 municípios, que se desenvolveram no entorno da capital e hoje formam um espaço de influência direta e multilateral no que tange à convergência dos sistemas ambientais destas cidades. A oportunidade serviu para que os municípios presentes dividissem suas demandas, partilhando de possíveis soluções intergerenciais a serem implantadas. Ao final da reunião, todos os presentes realizaram visita à Biofábrica de Predadores Naturais do município, onde puderam conhecer, na prática, um dos projetos da capital que reúne controle biológico e sustentabilidade, e que pode ser multiplicado por gestões de outras cidades.